sexta-feira, 30 de março de 2012

A EQUIDADE NA SAÚDE TEM QUE SER PRA VALER! O RACISMO COMO DETERMINANTE SOCIAL DE SAÚDE

De 19 a 21 de outubro deste ano aconteceu no Rio de Janeiro, a Conferência Mundial de Determinantes Sociais da Saúde (CMDSS). O evento contou com a participação de cerca de 1.500 pessoas, oriundas de mais de 120 países.
Inúmeras pesquisas têm comprovado reiteradamente que as condições sociais influenciam de forma decisiva a saúde e que, portanto, é preciso implementar ações em todos os setores para a promoção do bem-estar. A maior parte da carga das doenças - assim como as desigualdades de saúde que existem em todos os países, acontecem em virtude das condições em que as pessoas nascem, vivem, trabalham e envelhecem - o que se denomina "determinantes sociais da saúde", os DSS's. Muitos fatores sociais influenciam a saúde das pessoas e os mais importantes são aqueles que geram estratificação social - os determinantes "estruturais",  tais como a distribuição de renda, o sexismo e o racismo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a exclusão social por pertencimento a um grupo étnico como um determinante social da saúde.
Segundo Willians, o racismo está enraizado nas estruturas institucionais organizadas e não só na atitude ou no comportamento de uma ou outra pessoa. Desta forma, não consideramos adequado categorizar como desigualdades aqueles resultados de uma determinada ação ou política que apresentam diferenças significativas entre os grupos que deveriam se beneficiar ou, que demonstram um evidente prejuízo para um dos grupos. Em situações como estas não há desigualdade, o que existe é iniquidade, descrita como a diferença ainda que singela carregada de injustiça, pois geralmente decorre de uma situação que poderia ser evitada por aqueles que têm o poder de decidir.
É justamente nas áreas clínicas, nas quais as pessoas estão sujeitas à avaliação subjetiva do profissional de saúde, onde se verificam as mais elevadas taxas de mortalidade para a população negra como um todo e, em especial, para as mulheres negras que, além das condições desfavoráveis de vida ainda sofrem com a superposição do sexismo ao racismo.
As iniquidades vividas pela população negra brasileira (e em outros países do mundo) causam impactos negativos em suas condições de saúde. O racismo institucional causa violação dos direitos humanos em saúde. No plano individual, as ideologias discriminatórias, tais como o racismo e o sexismo, geram estratégias psicológicas de defesa construídas culturalmente, tais como a somatização, a negação, a racionalização e a invisibilidade para o seu enfrentamento.

Na integra, a reportagem pode ser conferida: < http://www.geledes.org.br/areas-de-atuacao/saude/220-artigos-de-saude/11532-a-equidade-na-saude-tem-que-ser-pra-valer-o-racismo-como-determinante-social-de-saude >. Acesso em: 30 mar. 2012.

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