quinta-feira, 28 de julho de 2011

MORTALIDADE MATERNA DE MULHERES NEGRAS NO BRASIL

A cada minuto morre no mundo uma mulher em virtude de complicações da gravidez e do parto. Ao fim de um ano, todas essas mortes somam 529 mil, a maioria das quais ocorre em países em desenvolvimento e poderia ser evitada. Para cada mulher que morre outras trinta sofrem sequelas ou problemas crônicos de saúde.

No Brasil, a morte materna configura-se como um problema de saúde pública. Segundo o Ministério da Saúde (MS), as altas taxas de mortalidade materna compõem um quadro de violação dos direitos humanos de mulheres e de crianças, atingindo desigualmente aquelas das classes sociais com menor ingresso e acesso aos bens sociais, nas várias regiões brasileiras.

O estudo da mortalidade materna tem desafios que superam análises individuais de cada caso e remetem a uma dimensão maior que é a população e suas questões de vida, saúde e doença, em uma sociedade onde não existe consenso sobre a igualdade de gênero e direitos reprodutivos.

A falta de entendimento das diferenças e diferenciais raciais/étnicos, da opressão de gênero e do racismo na manutenção, recuperação e perda da saúde em uma sociedade classista provoca “espanto” quando se menciona a saúde da mulher negra, os dados evidenciam que as mulheres negras vivem em piores condições de vida e saúde. Vários autores afirmam que as mulheres negras têm os piores níveis de renda e escolaridade no Brasil.

Há inúmeros trabalhos sobre assistência ao pré-natal, parto e puerpério, porém só nos últimos anos vêm aumentando significativamente as pesquisas sobre raça/cor. A principal dificuldade consiste em considerar as diferentes variáveis relacionadas à assistência à saúde e condições de saúde da mulher e à condição social entre os diferentes grupos sociais e raciais ao se analisar a mortalidade materna.


MARTINS, Alaerte Leandro. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csp/v22n11/22.pdf>. Acesso em: 28 jul. 2011.

Nenhum comentário:

Postar um comentário